Febre da Carraça

Uma ameaça que vem com o calor

O que é a febre da carraça?

As carraças podem ser veículos de transmissão de parasitas das células sanguineas, tais como riquetsias e protozoários responsáveis por algumas doenças graves, das quais se destacam a Erliquiose e Babesiose, duas doenças distintas apelidadas vulgarmente de “febre da carraça”.

A febre da carraça é uma doença grave que pode afectar diferentes animais, entre eles cães e gatos, e pode afectar também humanos.

  

Transmissão

As carraças são responsáveis pela transmissão destas doenças, pois é nelas que os hemoparasitas evoluem para a forma infectante. Mas nem só as carraças infectadas com outros agentes constituem fonte de doença, a sua saliva pode ter neurotoxinas que pode provocar paralisia ascendente no hospedeiro.

Estas doenças surgem principalmente nos meses em que existem mais carraças (durante a primavera e verão).

É importante saber que não são os animais que mantemos próximos de nós que nos transmitem a febre da carraça. A febre da carraça só é transmitida pela própria carraça. Um cão com febre da carraça não vai transmitir a doença ao dono.

Sintomas

Os sintomas típicos são: febre, prostração, tremores, dores articulares, urina escura, anorexia e mucosas ictéricas (amarelas) ou pálidas. 

 

Patogenia

 As Babesias invadem os glóbulos vermelhos levando à destruição dessas células provocando anemia. O pigmento libertado pela destruição dos glóbulos vermelhos é eliminado na urina ficando esta com aspecto de ‘vinho do Porto’. O sistema imunitário provoca ainda uma maior destruição de glóbulos vermelhos e também a destruição de plaquetas. Em alguns casos a Babesiose pode ser complicada por insuficiência renal aguda com um prognóstico reservado.

 

As Erlichias parasitam os glóbulos brancos. A estimulação do sistema imunitário leva à destruição glóbulos vermelhos e plaquetas. Em casos complicados pode também ocorrer insuficiência renal.

 

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito mediante visualização dos agentes em esfregaço sanguíneo (especialmente no caso da Babesiose). Outros meios auxiliares de diagnóstico, como serologia e PCR podem ser necessários em alguns casos, bem como hemograma e análises bioquimicas.

Muitas vezes não são detectadas carraças no momento do diagnóstico, uma vez que elas se desprendem do animal após se alimentarem de sangue.

 

Tratamento

Dependendo da gravidade dos sintomas, esta doença é tratável com medicamentos para matar os parasitas sanguineos, controlo da insuficiência renal, da anemia, controlo da dor articular e de outros sintomas presentes. Animais muito debilitados podem necessitar de internamento.

 

Prognóstico

O prognóstico é variável. Cães diagnosticados precocemente possuem melhor prognóstico do que cães com doença sistémica concomitante como insuficiência renal. Infelizmente alguns casos podem mesmo levar à morte do animal.

Prevenção

Para evitar as doenças devem-se usar pipetas ou coleiras que matem as carraças que o animal tem e que tenham uma acção repelente, evitando que piquem o seu animal de estimação. Também existem vacinas que garantem imunidade contra a febre da carraça provocada pela Babesia Cannis, no entanto, não existem vacinas para todos os agentes da febre da carraça pelo que é fundamental evitar as picadas.

 

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